quarta-feira, 1 de junho de 2016

Situação do principal delator da Publicano segue indefinida

Pelo acordo de delação premiada firmado em maio de 2015 entre o principal delator da Operação Publicano, o auditor da Receita Estadual de Londrina Luiz Antonio de Souza, e o Ministério Público (MP), o período de prisão em regime fechado se encerraria exatamente em um mês. No dia 30 de junho, ele teria direito de ir para prisão domiciliar, com tornozeleira, após ter cumprido pena de um ano, cinco meses e duas semanas.

Porém, com foi indiciado, na semana passada, por ter supostamente praticado novo crime (extorsão) após o acordo, Souza poderia continuar preso. Atualmente, pesa contra ele mandado de prisão preventiva em razão da quinta fase da Publicano, deflagrada no último dia 12.

"O Luiz Antonio está muito abalado. Criou-se uma expectativa de liberdade que poderia não se confirmar", disse o advogado de Souza, Eduardo Duarte Ferreira, ele próprio iniciado na Publicano 5.

O auditor, mesmo preso, teria se valido de outras pessoas para supostamente extorquir empresários, caso contrário, seriam delatados. Na versão da defesa, Souza apenas cobrou dívidas de empréstimos feitos ainda em 2014, antes de ser preso. Já Ferreira teria auxiliado cobranças, o que ele nega. "Não extrapolei minha função de advogado."

O MP tem prazo até a próxima segunda-feira para ajuizar a possível denúncia contra envolvidos na quinta fase, que apura sonegação fiscal e pagamento de propinas por empresários do setor de abate de suínos. Ao final do inquérito, 27 pessoas foram indiciadas.

É possível que nesta data decida se irá requerer a rescisão do acordo com Souza e com Rosângela Semprebom, auditora e irmã de Souza, também acusada no novo inquérito. Pelas regras do acordo, ela, que ficou durante um ano usando tornozeleira, teria direito à retirada do equipamento. Mas, neste momento, está presa preventivamente em decorrência da Publicano 5.

"Nos cabe esperar a posição do Ministério Público", disse. "Porém, entendemos que seria muito ruim rescindir o acordo porque as defesas dos outros réus, mencionados pelo Luiz Antonio, certamente irão tentar anular toda a acusação, embora o Luiz Antonio vá manter tudo o que disse."

Nenhum comentário:

Postar um comentário