O recall havia sido determinado pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), também vinculada ao Ministério da Justiça, na semana passada. Mesmo com a decisão do departamento sobre os frigoríficos Transmeat e Souza Ramos, o recolhimento dos produtos de duas unidades da Peccin (Curitiba, SIF 2155; e Jaraguá do Sul, SIF 825) continua valendo.
Segundo informou o Ministério da Justiça nesta terça, a decisão de suspender o recall foi tomada após reunião entre representantes da Senacon e dos dois frigoríficos. Ainda de acordo com a pasta, técnicos das empresas atestaram que os produtos não apresentam risco à saúde dos consumidores.
"O Ministério da Justiça, por meio do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), informa que foi deferido o pedido de suspensão dos recalls das empresas Transmeat e Souza Ramos pelo prazo de 10 dias, a fim de que comprovem a rastreabilidade de seus produtos, após atestado do responsável técnico das empresas de que não havia risco à saúde dos consumidores", diz a nota do governo (leia a íntegra ao final desta reportagem).
De acordo com o ministério, nas visitas aos frigoríficos, foi comprovada a falta de "controle dos processos relacionados à formulação e rastreabilidade de seus produtos, não garantindo a inocuidade dos produtos elaborados".
Caso a caso
Sobre o frigorífico da Transmeat, em Balsa Nova (PR), a auditoria do ministério apontou que "o estabelecimento não detém controle dos processos relacionados à rastreabilidade dos produtos."
O Souza Ramos, em Colombo (PR), é suspeito de substituição de matéria-prima de peru por carne de aves e troca de favores por procedimentos fiscalizatórios. Já a Transmeat, por corrupção e injeção de produtos cárneos (água na carne de frango acima do permitido).
Anvisa interdita produtos
Mais cedo, nesta terça, antes do anúncio do Ministério da Justiça, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério da Saúde, interditou todos os produtos fabricados pelos frigoríficos alvos do recall.
Com a decisão, a agência impede a comercialização ou preparação dos produtos desses quatro frigoríficos até o resultado das análises.
Diante do anúncio do Ministério da Justiça, o G1 buscava contato com a Anvisa sobre a interdição dos produtos até a última atualização desta reportagem.
Íntegra
Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo ministério:
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