O secretário de Gestão Pública, Fábio Reali, prestou depoimento ao Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), na tarde desta sexta-feira (27), sobre o suposto pagamento de propina ao vereador Amauri Cardosono caso da CP da Centronic. A ação resultou na prisão do secretário de Governo, Marco Cito, e o amigo do prefeito Barbosa Neto, Ludovico Bonato. Reali afirmou que “não tem nada a ver com o assunto”. Outras cinco pessoas prestaram também nesta sexta.
O secretário chegou aparentando tranquilidade, mas saiu da sala do delegado Alan Flore mostrando muita preocupação. Ele fez questão de afirmar que tomou conhecimento das denúncias pela imprensa e que exerce um cargo técnico dentro da administração. “Não faço acordos políticos. Não vão pregar em mim a pecha de corrupto e ladrão. Em 25 anos como servidor público já passou pela minha mão orçamentos de mais de R$ 1 bilhão e meu patrimônio é um Fiat Uno financiado”, disse.
O prefeito Barbosa Neto foi ao Gaeco nesta tarde para agendar o depoimento. Ele falará com os promotores e o delegado Alan Flore na próxima quarta-feira (2), às 14h, na prefeitura.Quem também prestou depoimento nesta tarde foi o presidente do PHS em Londrina, Marcos de Freitas. Na saída, ele afirmou que os promotores queriam saber qual era o posicionamento oficial do partido sobre a abertura da Comissão Processante da Centronic. O vereador Eloir Valença tinha se mostrado favorável a abertura da CP, mas depois mudou de posição. No final, assim como toda a base governista votou pela investigação.
Primeiros depoimentos
Os primeiros intimados a prestar depoimentos sobre a compra de votos na Câmara Municipal de Londrina pelo Executivo, o chefe de gabinete do prefeito Barbosa Neto (PDT), Rogério Ortega, e o assessor da Sercomtel Alysson Tobias de Carvalho, ficaram em silêncio durante depoimento prestado ao Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta sexta-feira (27). Os dois chegaram por volta das 9h30 à sede do Ministério Público (MP) acompanhados do advogado João dos Santos Gomes Filho. Eles saíram sem falar com a imprensa.
Ortega e Carvalho são apontados como coadjuvantes pelo vereador Amauri Cardoso (PSDB) na tentativa de suborno. Bonato foi preso em flagrante após entregar R$ 20 mil ao vereador tucano supostamente para que ele votasse contrário à abertura de Comissão Processante no caso Centronic. O Gaeco diz ter provas materiais que comprovam a suspeita.
De acordo com o delegado do Gaeco Alan Flore, na tarde de quinta-feira (26) Carvalho e Ortega são considerados suspeitos de participação da compra de votos de vereadores pelo Executivo. Flore não descartou a possibilidade de os dois serem indiciados após a conclusão das investigações.
O vereador José Roque Neto (PTB) antecipou para às 11 horas desta sexta o seu depoimento ao Gaeco. A previsão era que ele prestasse esclarecimentos apenas na quarta-feira (2), mas ele alegou ter compromissos profissionais e pediu para ser ouvido antes.
Padre Roque disse aos jornalistas que não possui envolvimento com o esquema de compra de votos denunciado pelo vereador Amauri Cardoso. Ele contou ter prestado alguns esclarecimentos sobre como funciona o trâmite de projetos dentro do Legislativo. Ele negou ter recebido dinheiro para votar a favor do prefeito.
Assessora de gabinete de vereador é intimada a depor
No final desta manhã, o Gaeco informou que uma assessora de gabinete do vereador Eloir Valença (PHS) - que recentemente passou de opositor para a base de apoio do prefeito Barbosa Neto (PDT) - também foi intimada a prestar esclarecimentos nas investigações sobre compra de votos. Ela é cunhada de um dos suspeitos preso na terça, Ludovico Bonato.
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