segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Revisor do processo do mensalão, Ministro Lewandowski é xingado de "bandido e corrupto" após votar em São Paulo

SÃO PAULO - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foi vaiado e xingado de ‘bandido, corrupto, ladrão e traidor’ na saída da Escola Estadual Mario de Andrade, em Campo Belo, Zona Sul de São Paulo, local onde vota.
- Votei normalmente. Entrei pela porta da frente e como qualquer cidadão entrei na fila. Tudo na maior tranquilidade. Isso é democracia, liberdade. As reações agora (os xingamentos) são normais. Estou aqui com vocês (jornalistas) e muito exposto — disse, já nervoso com os gritos e sendo puxado pelos assessores.
O revisor do processo do mensalão afirmou que o julgamento não teve nenhuma influência nas eleições deste ano. Segundo ele, os eleitores brasileiros estão maduros e conscientes para fazer suas escolhas, sobretudo porque o país tem uma imprensa livre ‘que vem apresentando todos os ângulos das questões em debate no julgamento’.
— Uma coisa é o julgamento. Outra coisa são as eleições. O povo brasileiro está muito maduro para fazer suas escolhas — disse o ministro.
Sobre o sua atuação no julgamento, contrária à maioria dos colegas do STF, justificou que esse é o papel do revisor, de trazer contrapontos e uma segunda opinião, outras perspectiva sobre os mesmos fatos.
— O papel do revisor foi importante, apresentou contrapontos e muita gente foi absolvida. Creio que cumpri o meu papel e a Corte acatou em muitos aspectos a opinião do revisor — disse, acrescentado que, apesar das contradições, acabou convencendo seus colegas. — Doze absolvições, é pouco? Uma foi para primeira instância por erro processual; algumas dosimetrias foram refeitas em função papel do revisor. Creio que cumpri o meu papel.
Pouco antes de Lewandowski chegar no local de votação, o juiz eleitoral Alexandre David Malfatti, responsável pela 258ª Zona Eleitoral proibiu os jornalistas de ficarem na seção 286, onde votou o ministro. Os repórteres foram convidados a ficar fora do local de votação. O juiz afirmou apenas que os jornalistas não deveriam ficar dentro da escola ‘para fins de resguardo do voto do eleitor’ . Questionado se havia pedido ao juiz a saída dos jornalista, Lewandowski disse que desconhecia a determinação do juiz e que nem ele, nem sua assessoria solicitaram ao juiz qualquer tipo de proteção durante o seu voto. (Redação O Globo)


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