sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Primeira parcela do 13º injeta R$ 143 mi na economia londrinense

Consumidores e comerciantes esfregam as mãos para “pegar” o 13º salário que começa a cair nas contas de milhares de trabalhadores com carteira assinada em Londrina. Eles recebem hoje a primeira parcela da bonificação, que deve fazer circular R$ 143 milhões. Segundo a lei, a segunda parcela do salário extra deve ser paga até 20 de dezembro. Cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam a entrada, até o fim do ano, de quase R$ 286 milhões na economia local.
Geralmente, o 13º salário já chega com destino certo: pagar dívidas, fazer poupança, viajar ou investir na reforma, na entrada, ou nas parcelas da casa nova. Somente cerca de 20% dos consumidores preferem – ou podem - gastar o 13º em presentes, segundo pesquisa feita em 2011 pelo Dieese.
Zona Norte
‘Aqui o comércio é ferveção total’
Na zona norte de Londrina, o comércio começa a ficar mais agitado ainda a partir deste fim de semana, aposta o presidente da Associação Comercial e Empresarial da Zona Norte (Acezonor), Sidney Gomes de Freitas. “Faço um convite aos moradores do centro que nunca vêm aqui para gastar o 13º: tenho certeza de que quem vier para cá não vai enfrentar a solidão do Calçadão no domingo”, brinca ele, sobre o comércio tradicionalmente fechado no centro neste dia. “Aqui o comércio é ferveção total. Muito bom para passear, tomar sorvete, sair com a família”, diz, “convocando” quem desconhece a região. “Aqui tem segurança o tempo todo e é tranquilo. Sem contar que os mesmos produtos do centro podem ser encontrados muitas vezes até mais baratos”, sustenta.(M.F.)
“A massa salarial de 2012 é um pouco maior porque tivemos aumento real do salário mínimo (7,5%) e aumento real dos demais salários (2,5%)”, explica o economista Cid Cordeiro, supervisor do escritório do Dieese em Curitiba. Além do crescimento dos salários acima da inflação, a elevação do número de empregos com carteira assinada em Londrina - de 165,5 mil trabalhadores em 2011 e quase 169 mil em 2012 - também contribuiu para crescer o bolo de dinheiro do 13º.
O economista afirma que o consumo maior das famílias durante todo o ano levou a um endividamento igualmente crescente – e cada vez torna-se mais raro encontrar quem consiga, no lugar de gastar, poupar: “Quem puder guardar pode escolher a poupança porque ainda é o investimento mais seguro.” Cordeiro orienta o consumidor a aderir a uma “máxima”: “Sobrando recursos, ao consumir, sempre se deve avaliar a necessidade. Depois, pesquisar preços: é o que garante um rendimento bom para o seu próprio salário”, diz ele. Traduzindo: na hora de gastar o 13º, a ordem é evitar futilidades. “Significa atenção ao bom uso do próprio dinheiro.”

Professor universitário, Caio Cesar Costa e Silva, de 23 anos, vai na corrente inversa da ‘gastança’ brasileira. Pela primeira vez, receberá o 13º do primeiro emprego com carteira assinada. Guardou dinheiro o ano todo e, agora, não está desesperado para aplicar o 13º em dívidas atrasadas: “Consegui deixar de gastar quase 10% do meu salário todo mês. Com o 13º, espero aumentar o dinheiro que já tenho para uma viagem à Europa.” Em breve, o professor termina a tese de mestrado em Cinema Surrealista e vai à República Tcheca para ver de perto a produção do país no tema. “A minha estratégia para guardar dinheiro foi ‘esquecer’ em algum lugar. Tendo um objetivo específico, fica melhor de não gastar. Aí, o sonho não fica tão longe”, aconselha.

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