sábado, 1 de dezembro de 2012

Em Piracicaba, portadora de HIV há 14 anos ainda luta contra preconceito

Alessandra Modesto posa para foto com camisa da campanha de prevenção de HIV em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1) administradora de empresas Alessandra Modesto, de 42 anos, portadora do vírus HIV há 14 anos, ainda luta contra o preconceito em Piracicaba (SP). “Muitas pessoas se afastaram de mim por causa da doença. Apesar de hoje existir mais acesso a informações sobre a Aids, o preconceito ainda existe”, contou. Neste sábado (1) é lembrado o Dia Mundial de Combate à Aids.
“A primeira vez que sofri preconceito foi há muito tempo. Eu frequentava um salão de beleza e as proprietárias ficaram sabendo que eu tinha a doença. Um dia cheguei lá para fazer as unhas e fui informada que não seria atendidada”, disse a administradora.
Alessandra contou que "ficou sem chão" quando descobriu que tinha a doença, em 11 de outubro de 1998. "Essa data nunca saiu da minha cabeça. Foi o dia em que descobri que era portadora do vírus HIV. Meu marido estava muito doente, com dores no estômago e febre alta. Foram feitos dois exames, e o de HIV deu positivo", relatou Alessandra.
"Naquela época não tinha muitos recursos e a doença não era conhecida, mas recebemos todo o apoio da família. Eu me preocupava com meu marido, que estava muito debilitado, e ele se preocupava comigo. Foi um sofrimento em família, mas eu me fortaleci. Eu tinha que ficar bem para cuidar dele e da minha filha, que na época tinha apenas 13 anos”.
A empresária com o laço símbolo da campanha de combate ao HIV em Piracicaba (Foto: Fernanda Zanetti/G1)Laço vermelho é o símbolo da campanha de
prevenção à Aids (Foto: Fernanda Zanetti/G1)
Depois de quatro anos de descoberta da doença, Alessandra e o marido decidiram ter mais um filho. “Naquela época havia uma grande preocupação em passar a doença para a criança, mas tivemos todo o apoio dos médicos, que deram o suporte e informaram que as chances de risco eram pequenas e foi o que aconteceu. Hoje minha filha está com 10 anos, tem muita saúde e não é portadora do vírus HIV.”
A filha de Alessandra do primeiro casamento, Natália Aparecida Modesto Faustino, 26 anos, contou que não foi fácil quando descobriu que a mãe tinha o vírus. “Foi muito difícil e fiquei revoltada, porque havia acabado de perder minha avó. Fiquei arrasada, pensava que minha mãe também ia morrer. Era o que a gente pensava na época”, contou.
“Eu evito contar sobre a doença da minha mãe para os outros, porque até hoje ainda existe o preconceito. É mais tranquilo em relação ao passado, mas ainda permanece”, relatou Natália. Atualmente, Alessandra trabalha com o marido em uma oficina mecânica e também é voluntária e palestrante do Centro de Apoio aos Portadores do Vírus HIV/Aids, Hepatites Virais e Câncer de Piracicaba (Caphiv).

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