terça-feira, 23 de abril de 2013

Trem “Pé Vermelho” pode ter linha alternativa para cargas

O Ministério dos Transportes divulgou o estudo de viabilidade do Trem Pé Vermelho, que pretende ligar a região de Londrina e Maringá em um trecho de 122 quilômetros com a integração de 11 municípios, além de Ibiporã e Paiçandu. O estudo foi realizado pelo Laboratório de Transporte e Logística (LabTrans) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e apontou que a região possui viabilidade técnica e econômica para a implantação do projeto.
Uma das opções apresentadas pelo estudo pode resolver um antigo problema das cidades nas regiões de Londrina e Maringá: o transporte de cargas em linhas férreas que cruzam a área urbana dos municípios. De acordo com o coordenador da equipe da LabTrans, Rodolfo Carlos Nicolazzi Philippi, uma linha alternativa pode ser construída na mesma faixa de domínio para o transporte de cargas, considerado intenso na região, o que afastaria os vagões carregados das áreas mais utilizadas por pedestres, carros e motocicletas.
Assim, os veículos leves sobre trilhos, mais conhecidos como VLT, passariam a transitar pelas antigas linhas férreas, facilitando a instalação de estações mais próximas das áreas urbanas para atendimentos dos passageiros. "Essa é uma solução técnica do estudo, que passará pela consulta pública aberta no último dia 12 pelo Ministério dos Transportes", esclareceu Philippi em entrevista ao portal Bonde.
"O maior problema é a linha de carga que cruza os principais centros urbanos da região. Em vista disso, os municípios envolvidos estão se mobilizando no sentido de procurar uma solução. Como já mencionado, a cidade de Londrina 'resolveu' o problema parcialmente, uma vez que a linha de carga ainda corta a cidade. Maringá resolveu-o com o apoio do Governo Federal e Apucarana encontra-se em processo de minimização das interferências com a área urbana", afirma o estudo.
Segundo o levantamento, os problemas mais graves foram registrados em Cambé, Rolândia, Apucarana e Arapongas, que "possuem dezenas de ruas e avenidas cruzadas por grandes e lentos trens de carga."

Preços e tempo de viagem
O coordenador da equipe técnica da LabTrans esclareceu que tarifas foram estipulados para realização do estudo, mas afirmou que os valores serão definidos apenas após o início da operação pelo administrador do serviço. No entanto, ele ressaltou que as tarifas devem concorrer com os valores do transporte rodoviário. Os preços variam conforme o trajeto, tempo de viagem e número de paradas até o destino final. "Se a tarifa fica muito abaixo do que é realizado pelos ônibus, o transporte ferroviário não se torna atrativo para o operador. Por outro lado, se o valor da passagem é muito alto afasta os usuários", explicou Philippi.

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