sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Moradores do Patrimônio de Lambari querem transformar Serra de Sapopema em área turística

Na Rodovia do Cerne (PR-090), entre Sapopema e São Jerônimo da Serra (cerca de 100 Km de Cornélio Procópio), a placa indica Lambari, patrimônio encravado no meio da serra, a 12 quilômetros por estrada de chão que apresenta um cenário fantástico. Mas, em se chegando lá, o espetáculo ainda não terminou. Adiante do patrimônio, o pico mais alto e o rio Tibagi que compõem uma paisagem que impressionou o engenheiro inglês Thomas Bigg-Wither em 1874.   
Já em 1936, padre Carlos Probst tinha uma tradução para Lambari: "um idílio natural e religioso", de onde saíra para as alturas. "No cimo dos montes surpreendeu-nos uma vista tão majestosa que descansamos um pouco para abranger-lhe os limites no horizonte onde o mar verde-escuro das matas se perdia", encantou-se Probst.       
Dizia-se Alambari, que Bigg-Wither mencionou também na conferência que proferiu na Royal Geographical Society, em Londres, em 1876. Um século e meio depois, a intervenção irracional do homem é flagrante, mas ainda há pontos protegidos pela geografia mais acidentada; as altitudes na região variam de 800 a 1.224 metros. E assim, ainda resta muito daquele "idílio", que a comunidade de Lambari agora deseja converter numa referência turística.
Proprietários rurais e o prefeito de Sapopema, Gimerson Subtil demostraram interesse em investir no turismo, visto que o local tem potencial.
A comunidade tem observado o aumento de visitantes e pela internet recebem consultas de interessados na história do desbravamento regional e na paisagem do local.
Para incrementar e atrair a vista de turistas existe até uma lenda que relata que em uma face do “Pico do Agudo”, há um tesouro na "toca do padre". Mas até hoje ninguém tentou se aventurar.
O pico tem o cume achatado, o que os geólogos classificam de meseta. Pode-se chegar ao alto, de onde o panorama em todas as direções é esplêndido. Falta certificar a sua altitude e situação nos contextos descritos por Bigg-Wither (1845-1890) e Reinhard Maack (1892-1969).
Os municípios de Sapopema e São Jerônimo têm uma das divisas na Fazenda Inhô-Ó, outrora uma extensão de 15 mil alqueires abrangendo até o distrito de Terra Nova atualmente. Transpondo a Serra dos Agudos por um vale a 700 metros de profundidade no percurso de 14 quilômetros, o rio Tibagi passa do segundo planalto e a atinge "escarpa íngreme" do terceiro planalto e vale a pena conhecer o lugar de extrema beleza que ainda permanece sem a agressão humana exploratória.


Widson Schwartz - Especial para a FOLHA WEB

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