terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Depois de mortes, três ônibus são incendiados em Campinas

Três ônibus foram incendiados e sete foram depredados na manhã de segunda-feira na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Segundo o Corpo de Bombeiros, os ataques aconteceram no Terminal Rodoviário Vida Nova, no bairro Vida Nova. No mesmo bairro, foram registradas cinco das 12 mortes na chacina desta madrugada. Os bombeiros, que receberam o chamado para apagar as chamas às 12h15, informaram que ninguém ficou ferido e que os veículos ficaram completamente destruídos.

De acordo com a VB Transportes e Turismo, empresa dona dos ônibus destruídos, duas cabines do terminal, que é administrado pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), foram destruídas: uma foi atingida por pedras e pedaços de pau e a outra foi queimada. A companhia informou que um Monza também foi queimado.

A VB Transportes e Turismo disse que cerca de 300 manifestantes, muitos com os rostos cobertos, carregando pedaços de pau, pedras e substâncias inflamáveis, ocuparam o terminal por volta das 11h. Por falta de segurança, o terminal foi fechado e a circulação de ônibus de sete linhas de ônibus foi suspensa. A previsão é que esses coletivos voltem a operar nesta tarde, pois a Polícia Militar garantiu a segurança da operação para a companhia.

Segundo a TV Globo, a ação no terminal seria uma represália à chacina. Não há notícias de presos. De acordo com o site G1, o terminal não possui circuito de câmeras de segurança, o que pode comprometer as investigações. A perícia foi ao local.

A Polícia Civil disse não descartar a possibilidade do ato ter ligação com a série de mortes registradas nesta madrugada em Campinas, no interior de São Paulo. A polícia trabalha com várias possibilidades, entre elas a de a chacina ter sido cometida por policiais. Segundo a TV Globo, no domingo, um PM que estava de folga foi assassinado num posto de combustível na mesma região onde aconteceram as mortes. Outras hipóteses são execução, vingança e disputas entre grupos rivais. Dos 12 mortos, seis tinham passagem pela polícia. Mais cedo, havia sido divulgado que eram 13 mortos, mas a informação foi corrigida pela Polícia Civil.

Testemunhas contaram à polícia que em todos os assassinatos havia dois carros e vários homens encapuzados.

De acordo com a TV Globo, os crimes aconteceram em cinco bairros da região oeste da cidade. O primeiro assassinato ocorreu às 21h30 de domingo e o último, segundo a TV Globo, quatro horas depois.

Ninguém foi preso pelas mortes. Uma mulher disse que o primo foi morto quando estava conversando com amigos na calçada no bairro Vida Nova. Com eles, havia duas crianças.

— Chegou um carro, não sei a quantidade exata de pessoas (que estavam no carro) e pediram para as crianças entrarem. Eles atiraram em todos que estavam lá, eram três pessoas no total. Mais adiante, duas pessoas foram assassinadas, com tiros na cabeça. Meu primo nunca teve problemas com a polícia, nunca foi preso. Era trabalhador, ia começar hoje no trabalho — disse a mulher, que não quis se identificar.

Segundo a secretaria de Segurança, quatro pessoas foram encontradas mortas por volta da meia-noite desta segunda-feira na Rua Doutor Renato Luiz Pereira da Silva, no bairro Recanto do Sol. Guardas municipais que estiveram no local ouviram o pai de de uma das vítimas, que disse que os criminosos estavam em dois carros, um preto e outra prata. No local, foram encontrados os corpos de Peterson Rodrigo Calderari, de 17 anos, Wesley Adiel Lopes, de 19 anos, Patrick Ernandes da Silva, de 19 anos e Alex Sandro Giovanelli de Carvalho, de 30 anos. A perícia examina a cena do crime.

No bairro Vida Nova, também por volta da meia-noite desta segunda-feira, foram encontrados corpos em duas ruas. Os corpos de Rodiney Manoel, de 27 anos, Gustavo de Sousa Moura da Silva, de 21 anos, e Diego Dias Coelho, de 24 anos, estavam na Rua Luzitânia Isabel Paes Segallio. Perto dali, na Rua 4, os guardas municipais encontraram os corpos de Daniel Vitor da Silva, de 20 anos, e José Ricardo Grilo, de 20 anos. No local, polícia encontrou cápsulas de arma de fogo e dois celulares que estavam com as vítimas.

Três vítimas chegaram a ser levadas para hospitais, mas não resistiram. As demais morreram nos locais dos crimes. Os casos estão sendo registrados no 1º Distrito Policial da cidade. Muitas cápsulas de bala foram levadas ao local.

Em nota, a Polícia Militar disse que “não está tratando o fato como uma situação de normalidade” e que está “focando” o policiamento na região onde os crimes aconteceram. (Redação O Globo / Foto G1)

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