A Polícia Civil não tem para onde encaminhar os presos detidos desde a última sexta-feira (14). Na manhã de terça-feira (17), o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Márcio Amaro, informou que ainda não tem notícias sobre as transferências prometidas sela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SEJU)."Nós estamos com 16 presos [no Centro de Triagem] e não tem uma posição de ninguém. Nós comunicamos aos órgãos e estamos aguardando a decisão de quem é de direito", declarou. O 4º e o 5º Distritos Policiais (DPs) foram interditados pela Vara de Execuções Penais para conter a superlotação, já que os locais abrigavam mais de 100 presos cada, quando têm capacidade para pouco mais de 20.
Sem local para abrigar os presos, os detidos estão sendo colocados em três celas precárias do Centro de Triagem. Elas deveriam ser utilizadas apenas por algumas horas enquanto o auto de prisão é confeccionado, porém, há homens que aguardam uma vaga nos distritos desde a sexta-feira.
As celas não possuem ligação de água e luz, portanto, os homens estão sem banho e no escuro. A água para beber é dada pelos policiais quando alguém reclama de sede. As marmitas são trazidas dos distritos policiais quando há sobra. Para que eles não passem fome, os plantonistas pedem às famílias que providenciem comida.
O banheiro do local também está entupido, por isso, os detidos precisam utilizar estruturas improvisadas. "A situação vai ficar assim até que alguém me dê uma solução, eu não tenho lugar onde colocar os presos", declarou o delegado-chefe Márcio Amaro. O número de detentos no Centro de Triagem só vem aumentando - subiu de 12 para 16 entre segunda e terça-feira - o que intensifica a crise do setor carcerário em Londrina.
O juiz da Vara de Execuções Penais, Katsujo Nakadomari, determinou a interdição dos DPs como uma resposta ao pedido de providências feito pela Defensoria Pública, em atendimento ao Ministério Público.
"É de conhecimento público e notório o descaso de toda República Federativa do Brasil com o sistema penitenciário, contudo a desídia do Governo do Estado do Paraná, nesta Comarca de Londrina/Pr, atingiu níveis de máxima alarde", despachou. (Redação O Diário)
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