quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Polícia civil prende idosa com drogas na vagina

Polícia civil prende idosa com drogas na vaginaNesta quarta-feira, dia três, a Polícia Civil de Ribeirão do Pinhal prendeu uma idosa, de 63 anos, após a tentativa de entrar na carceragem de Jundiaí do Sul (que abriga os presos da circunscrição policial de Ribeirão do Pinhal e também de Abatiá), com drogas em suas partes íntimas para entregar a um familiar detido.
Ela foi presa em flagrante e pode pegar uma pena que vai de cinco a quinze anos em regime fechado. O tráfico de drogas no interior de carceragens tem sua pena agravada, e é considerado crime hediondo.
Os policiais civis de Ribeirão do Pinhal fazem uma verdadeira "jornada acrobática" para poderem proporcionar aos presos a visita de seus familiares. Uma escrivã de polícia deixa o seu cargo e inquéritos ficam parados na unidade policial para que juntamente com uma faxineira da delegacia, revistem as mulheres que visitam os detentos.
Em meio à polêmica aprovação de um projeto de lei do Congressso Nacional que proibirá revista em familiares que visitam presos em delegacias e penitenciárias, a revista, que muitas vezes provoca desconforto nas mulheres visitantes, tem o objetivo de evitar a entrada não só de drogas, mas principalmente celulares (com os quais os detentos praticam crimes de dentro da carceragem, e planejam fugas e mortes de policiais) e armas (com as quais os presos podem matar os servidores da cadeia, pessoas inocentes e trabalhadoras).
"São dois direitos justos em conflito", ressalta Jamil Pereira de Barros, investigador de polícia chefe em exercício na delegacia de Ribeirão do Pinhal. "É a vida de policiais que se abdicam de suas horas de folga para poderem darem horas de visitas aos presos, já que o estado não proporciona estrutura suficiente, em detrimento ao direito das visitas de não serem examinadas".
"A sociedade tem que pressionar os políticos a escolherem qual destes direitos deve prevalecer. As cadeias superlotadas do Paraná não tem nem servidores para custodiar os presos, nem gente para proceder revista, quanto mais aparelhos de raio x ou detector de metais. Isso é um devaneio dos políticos. Se as visitas não forem revistadas, elas podem levar parte de armas de fogo em suas partes íntimas, que depois são montadas pelos detentos no interior das cadeias", exalta o investigador.
Walquiria dos Reis, escrivã de polícia que flagrou a idosa com a droga em suas partes íntimas, também acrescenta que "os trabalhos da delegacia, como o trâmite dos inquéritos policiais, ficam totalmente prejudicados com o meu desvio de função, já que o estado não tem gente suficiente para cuidar de presos em delegacias",afirmou. Acrescenta que as cidades de Abatiá, Ribeirão do Pinhal e Jundiaí do Sul só tem a ela como escrivã de polícia.
O delegado Isaías Fernandes Machado acrescenta que a situação prisional dessas cidades é insustentável, já que o prédio da delegacia de Ribeirão do Pinhal foi interditado judicialmente há quatro anos, e que a carceragem precisou ser adaptada para a cidade de Jundiaí do Sul, onde não há celas suficientes para homens, mas o mais emblemático é que não há celas para mulheres e menores infratores.
Quando acontece prisão de mulher ou menor infrator existe a necessidade de se fazer uma verdadeira "epopéia" entre delegados e juízes da região para conseguir vaga provisória para que a prisão possa se efetivar, fazendo com que os trabalhos de polícia judiciária fiquem totalmente prejudicados, e a população de bem não tenha o atendimento adequado para o verdadeiro trabalho da Polícia Civil, que é investigar.
Não existem culpados para a situação atual, pondera o delegado de Polícia, na verdade foram várias gestões que foram ineficazes ao se permitir que o quadro atual seja como o de hoje.
Para finalizar, o delegado de polícia diz que é urgente a reforma da carceragem de polícia de Ribeirão do Pinhal, com sua respectiva desenterdição. "A polícia, infelizmente, precisa cuidar de presos, portanto precisa de celas.

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