Ontem pela manhã, os representantes dos 29 núcleos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato) estiveram em reunião do conselho da entidade. O encontro antecedeu a assembleia dos professores em Guarapuava, que será realizada neste sábado (7), às 9 horas, e os conselheiros votaram por unanimidade pela apresentação da proposta de retomada da greve geral da categoria.Segundo o presidente do núcleo de Londrina, Márcio André Ribeiro, a votação não é de uma nova greve, mas de uma que tinha sido votada e aprovada no ano passado, porém interrompida em abril porque o Governo Estadual fez promessas que atendiam parcialmente os anseios da categoria. Mas como a administração estadual não as cumpriu, foi decidido que realizariam uma nova votação. "Desde então estávamos em estado de greve", esclareceu.
"Estamos preocupados com a proposta do governo na Assembleia Legislativa que coloca em risco o plano de carreira dos professores, aprovado em 2004, e o dos funcionários, aprovado em 2007. Eles estão fazendo declarações de que nós possuímos benefícios que são prejudiciais à sociedade e isso não é verdade. Nós não temos privilégios, diferentemente daqueles que agora receberão auxílio-moradia, que nós chamamos de auxílio-mansão", ressaltou.
O diretor da APP Sindicato Nelson Antônio da Silva afirmou que a expectativa inicial era de que 4,5 mil professores participassem da votação, mas até o meio-dia de ontem o contingente já tinha atingido 5 mil docentes inscritos em todo o Estado para participar da assembleia. "Nós tínhamos reservado um ginásio de esportes, mas o número excedeu a capacidade. Estamos tentando conseguir um estádio de futebol para poder acomodar todos", destacou.
Na região, seis ônibus foram contratados pelo núcleo de Londrina da APP Sindicato para transportar cerca de 250 professores que participarão da assembleia a ser realizada hoje de manhã em Guarapuava. "O número só não foi maior porque a empresa que freta os veículos para o sindicato já não possuía mais veículos disponíveis. Os professores que não conseguiram as vagas nos ônibus decidiram fazer grupos para viajar com veículos particulares", relatou.
Professores do Colégio Estadual Vicente Rijo, em Londrina, realizaram um novo protesto na manhã de ontem contra a situação nas escolas estaduais. Vários deles estavam vestidos com roupas pretas sinalizando luto na educação. Eles chegaram a bloquear por alguns momentos o trânsito entre a Avenida Higienópolis e a Avenida Juscelino Kubitschek, empunhando cartazes e faixas criticando a administração estadual.
Os professores e funcionários têm lidado com a falta de pagamento do 1/3 de férias em dezembro e das rescisões dos contratos temporários do Processo Seletivo Simplificado. Muitos dos contratados pelo PSS, professores e funcionários, não foram recontratados este ano. A demora na vinda de recursos do fundo rotativo tem interferido na aquisição de materiais básicos.
Ação
Ontem, o defensor público Bruno Passadore ingressou com ação civil pública na Vara da Infância e Juventude de Curitiba contra o Governo do Paraná, pleiteando fornecimento de material e transporte escolar aos estudantes de todas as escolas públicas do Estado, no prazo de 48 horas, ou a fornecer R$ 400 por aluno da rede estadual para compra particular deste material e R$ 5 por aluno, por dia letivo, para que possam custear o transporte coletivo.
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