segunda-feira, 4 de maio de 2015

ALERTA: Em pouco mais de um ano, 430 caminhoneiros morrem nas estradas do Paraná

De janeiro de 2014 até o primeiro trimestre de 2015, 430 caminhoneiros morreram e 3.109 ficaram feridos em acidentes de trânsito nas rodovias federais e estaduais que cortam o Paraná. De acordo com levantamento do Departamento de Trânsito do Estado (DETRAN), foram 10.726 ocorrências causadas principalmente por imprudência, cansaço e consumo de substâncias proibidas.

“Estes profissionais requerem atenção especial do Poder Público devido ao grande número de acidentes com mortes que ocorre em todo País”, diz o diretor-geral do DETRAN, Marcos Traad. “A nova Lei dos Caminhoneiros é uma tentativa de trazer mais segurança para os próprios trabalhadores, estipulando horários de descanso e exames toxicológicos na hora de estabelecer vínculo empregatício, mas o cuidado do trabalhador é essencial.”

A legislação aprovada em abril prevê a realização de exames toxicológicos na admissão e desligamento do trabalhador e determina a ampliação dos pontos de parada e possibilidade de trabalhar 12 horas seguidas, sendo quatro extraordinárias, desde que previsto em acordo coletivo. O objetivo é evitar acidentes por sono e cansaço.

Hoje, 249.768 caminhões estão registrados no Paraná e 1.285.052 motoristas são habilitados nas categorias C, D e E, que permitem dirigir veículos pesados.

Cerca de 10% dos mais de 67 mil acidentes envolvendo caminhoneiros nas rodovias federais brasileiras, nos últimos 15 meses, aconteceram no Paraná. O Estado contou 104 mortes, o equivalente a 8% das 1.209 vítimas fatais registradas apenas pela Polícia Rodoviária Federal.

A polícia faz operações em beiras de rodovias em todo o Paraná para combater a venda ilegal de anfetamina e metanfetamina, os chamados rebites pelos caminhoneiros. Desde 2014, foram apreendidos oito mil comprimidos de rebites em operações.

“Quando acaba o efeito da droga, o motorista dorme ao volante e coloca em risco a vida dele e de terceiros. As substâncias são muito mais lesivas que o álcool”, ressalta o inspetor Wilson Martines.

Para o caminhoneiro autônomo Weslei Zucon, morador de Francisco Alves, no Noroeste do Estado, o uso do rebite e da cocaína coloca em risco a vida dos demais motoristas.

“Sou contra o uso do rebite e outras substâncias para ficar acordado. Quando estou cansado faço uma pausa, tomo um banho frio, rodo mais uma hora e durmo. Não há nada que impeça o sono quando ele chega ao extremo”, conta Zucon.

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual, as principais causas de acidentes envolvendo caminhoneiros no Paraná são o excesso de velocidade, ultrapassagem em locais proibidos e não manter a distância segura do veículo da frente.

Há, ainda, a questão do uso de remédios, álcool, drogas que causam sonolência e perda de reflexos e o fato de muitos caminhoneiros dirigirem sem realizar os intervalos mínimos de descanso.

Outro fator seriam as más condições do sistema de frenagem, sistema de iluminação e sinalização deficiente. Em todo Estado, cerca de 90.000 caminhões têm mais de 30 anos de uso.

Dados da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) revelam que em 2014 foram registrados 2.865 acidentes no Paraná em 2.718 quilômetros de rodovias sob concessão de sete empresas, sendo 945 (33%) envolvendo caminhões. (Redação AEN)

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