A presidente Dilma Rousseff utilizará as redes sociais nesta sexta-feira (1º) para falar sobre o Dia do Trabalho. De acordo com a Secretaria de Comunicação da Presidência, serão veiculados ao longo do dia de dois a três vídeos nos canais oficiais do Palácio do Planalto no Facebook e Twitter, além do "Blog do Planalto" e "Portal Brasil", com tempo médio de um minuto cada. As redes de Dilma, administradas pelo PT, também replicarão as gravações.
Esta é a primeira vez que Dilma não se pronunciará na TV no 1º de maio desde que assumiu a Presidência da República, em 2011. Nos quatro anos do primeiro mandato, a presidente foi à cadeia nacional falar sobre crescimento no número de empregos no país (2011), redução das taxas de juros pelos bancos (2012), controle da inflação (2013) e correção na tabela do imposto de renda (2014).
O anúncio de que Dilma não falaria na TV no Dia do Trabalho deste ano foi feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, na última segunda (27). Após reunião da coordenação política – grupo formado pelos ministros mais próximos da presidente –, Edinho afirmou que os conselheiros de Dilma entenderam por “unanimidade” que ela deveria falar pelas redes sociais.
O último pronunciamento que Dilma fez na cadeia nacional de rádio e TV foi em 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Na ocasião, ela pediu “paciência” à população em razão do ajuste fiscal. Enquanto ela falava, pessoas batiam panelas nas janelas de suas casas nas maiores cidades do país - como Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo - e entoavam gritos contra Dilma e o governo.
Sobre o ato, que ficou conhecido como “panelaço”, Edinho Silva disse que Dilma ou o governo não "temeram" novos protestos durante o pronunciamento do Dia do Trabalho. O chefe da Comunicação Social afirmou que Dilma respeita as manifestações democráticas.
Segundo Edinho Silva, Dilma optou por falar sobre o 1º de maio nas redes sociais por entender que é preciso “valorizar outros modais de comunicação”. De acordo com o ministro, o objetivo do governo é “atrair ainda mais os jovens” e, na avaliação dele, a presidente não precisa, necessariamente, se pronunciar somente pelas cadeias nacionais.
Ao se encontrar com centrais sindicais nesta quinta em Brasília, Dilma não comentou o fato de não se pronunciar pela TV no Dia do Trabalho. Em sua fala, ela disse que a data serve para “avaliar, celebrar e avançar em conquistas” para os trabalhadores.
A gravação dos vídeos que serão exibidos nesta sexta ocorreu na tarde desta quinta, no Palácio da Alvorada, residência oficial, em Brasília.
Repercussão
O fato de a presidente Dilma decidir não se pronunciar na TV no Dia do Trabalho gerou repercussão no meio político. O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que é uma “coisa ridícula” a petista não convocar a cadeia nacional de rádio e TV para falar aos trabalhadores.
Colega de partido de Renan, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou ao G1 que é preciso respeitar o outro poder e que cabe a Dilma optar pelo pronunciamento na TV. Ao comentar as declarações de Renan, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, disse que o fato de Dilma se manifestar pelas redes sociais mostra que ela valoriza um “conjunto importante” de meios de comunicação.
Em nota, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), disse que a presidente se “acovardou” diante dos trabalhadores. Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta quinta, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, afirmou que para a entidade “não interessa” a forma de a presidente se manifestar, mas, sim, o conteúdo da fala dela.
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