Os estrondos e tremores de terra estão sendo relatados pelos moradores do jardim Califórnia, na zona leste de Londrina, há quase um mês, mas o caso só vai começar a ser investigado a fundo nesta terça-feira (5), após a chegada de um grupo de técnicos do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) ao município. A vinda da equipe é resultado de uma parceria firmada entre a prefeitura, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a instituição paulista. José Paulo Pinese, geólogo da UEL responsável por intermediar as conversas com a USP, admitiu que os técnicos só não vieram antes por conta dos recessos de final de ano das duas universidades. "No caso da UEL, por exemplo, o recesso ainda não terminou, mas a prefeitura se colocou à disposição e vai custear a logística e a estadia da equipe, pelo menos neste início dos trabalhos", destacou.
Londrina vai receber um geólogo e um técnico da USP, que ficarão responsáveis por instalar três sismógrafos portáteis em diferentes pontos do bairro. "Eles irão delimitar a zona leste na tentativa de produzir um aperfeiçoamento dos dados obtidos até o momento, ou seja, seria o equivalente a dar um 'zoom' na área, um refinamento para conseguir dados no local determinado como epicentral", explicou Pinese, lembrando que o Centro de Sismologia da universidade paulista já conseguiu identificar um terremoto de pequena magnitude, com epicentro no Califórnia, às 6h15 da manhã do dia 14 de dezembro. Na época, foi registrado um abalo sísmico de 1,8 na escala Richter.
O prefeito Alexandre Kireeff (PSD) garantiu que o Executivo acompanha o caso desde o último dia 12, e contou que, de lá para cá, a Secretaria de Obras e a Defesa Civil receberam centenas de reclamações dos moradores do Califórnia e bairros adjacentes.
Já o gerente da Sanepar em Londrina, Sérgio Bahls, rebateu alguns dos afetados e voltou a negar que os estrondos e tremores estejam sendo causados por estruturas da companhia. "Estamos fazendo o monitoramento diário das tubulações e da adutora, e nenhum tipo de problema foi registrado", garantiu, demonstrando preocupação com o fato de os próximos tremores poderem danificar a rede de água e esgoto do município. "A adutora que passa pelo Califórnia faz parte do sistema Tibagi, responsável por abastecer 70% de Londrina e Cambé", lembrou, destacando que o abastecimento pode ser comprometido se a estrutura for danificada.
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