As geadas que atingiram as lavouras de milho no Norte Pioneiro na semana passada resultaram em uma quebra de aproximadamente 20% na expectativa de colheita do grão. Se ao dados do Departamento de Economia Rural (Deral) forem confirmados, a perdas podem chegar a R$ 78 milhões.
De acordo com o economista do Departamento de Economia Rural (Deral), José Antônio Gervásio, os produtores sabem dos riscos ainda no plantio do milho safrinha, pois a cultura é de clima mais quente, mas mesmo assim os agricultores se arriscaram.
O preço da saca que está cerca de R$ 45 pode ter alteração nos próximos dias, dependendo do impacto das geadas no restante do Estado. Gervásio afirma que as perdas no Paraná podem sustentar os preços do milho, mas isso só será possível observar em aproximadamente 30 dias, época de colheita. “Esse milho praticamente perdido poderá servir de silagem para alimentar os animais, já que as áreas de pastagem também foram bastante afetadas”, assinalou o especialista.
Pastagens
Um breve levantamento do Instituto Emater apontou que mais de 70% das pastagens foram queimadas pelas geadas. Mas apesar disso, o gado ainda consome o pasto como se fosse feno. O gerente regional do Instituto, Maurício Castro Alves, apontou que os pecuaristas que não tiverem reserva de alimento, provavelmente vão precisar comercializar o gado para não perder peso. “Quem não fez a reserva de alimento para o inverno precisará gastar mais com suplementação mineral e ração, portanto, alguns pecuaristas terão como alternativa a venda, para evitar mais gastos”, observou.
E não precisa ir longe para observar os estragos nos pastos, já que grande parte da região foi atingida. O pasto está extremamente seco e com um tom amarelado. Para os especialistas, como o solo está bastante úmido, é provável que o capim volte a brotar rápido. Se o solo estivesse seco, aí sim o prejuízo seria mais preocupante. “Essa queimada de pastagem atinge diretamente na produção do leite e no peso do gado de corte, mas ainda não há projeções do quanto isso será repassado para o bolso do consumidor”, comentou Maurício.
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