Conversa-se sobre tudo ao passo em que as garrafas de cerveja se esvaziam e se empilham sobre as mesas de bar: o político preso, relacionamentos, o clássico de domingo, quem é que vai pagar a conta do que se bebeu ou dos problemas que se acumularam na vida.
Com a cerveja, a maior parte é festa. Mas, no momento de descontração, de fuga da realidade, raro encontrar quem debata algo que está exatamente ali, dissimulado: o preocupante aumento no número de casos de alcoolismo e de mortes causadas por isso no Brasil.
Relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou o álcool como o maior responsável por mortes de brasileiros entre 15 e 19 anos, seja em acidentes ou por paradas cardíacas. No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os dados registram aumento crescente no consumo de bebidas alcoólicas nesta faixa etária.
Ainda conforme levantamento do IBGE, divulgado no fim de agosto, pouco mais da metade dos alunos do 9º ano já experimentaram bebida alcoólica. O número equivale a 1,5 milhão de adolescentes de 13 ou 14 anos.
"O adolescente tem maior fragilidade com relação à condição clínica. Ele vai ter mecanismos de não conseguir manter o estado orgânico preservado. [Ele pode ter uma condição de desmaios ou coma, né? Ou uma parada cardiorrespiratória, porque o álcool é um sedativo e, com o passar do uso, ele começa a ficar mais lento. Ele também pode ter um quadro depressivo com o uso excessivo do álcool", diz o psiquiatra Gabriel Monich Jorge.
A psicóloga Romi Campos Shneider Aquino (veja entrevista com ela abaixo) afirma que, quase sempre, os pais ignoram o risco do consumo de álcool e não percebem que as práticas que eles adotam em casa influenciam no que o filho vai fazer.
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