quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Diretor do Instituto de Criminalística do Paraná é denunciado à Justiça

A 19ª Promotoria de Justiça de Londrina, ofereceu denúncia contra o diretor-geral do Instituto de Criminalística do Paraná, Daniel Felipetto, por depósito não autorizado de armas de fogo (de uso permitido e restrito), posse de artefato explosivo em desacordo com a determinação legal e sonegação de autos de inquéritos policiais.

Os crimes foram denunciados à 5ª Vara Criminal de Londrina no último dia 17, que foram constatados após o cumprimento de mandado de busca e apreensão no prédio do Instituto de Criminalística, no dia 5 de agosto.

Também estão sob investigação do Ministério Público fatos relacionados aos demais documentos e objetos apreendidos no Instituto, que, por decisão da Promotoria, foram reunidos em procedimento distinto, para o melhor andamento de toda a operação.


As apreensões foram feitas durante operação que contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-PR, em investigação sobre a suspeita da existência de perícias engavetadas no Instituto de Criminalística do Paraná.

Relembre o caso

Em agosto deste ano, foi instaurado um inquérito para apurar a suspeita de ato de improbidade administrativa que teria sido cometido pelo diretor-geral do Instituto, Daniel Felipetto, que atuou na chefia em Londrina, que embora tivesse sido promovido há três anos, mantinha uma sala trancada dentro da sede.

No dia 5 de agosto, policiais do Gaeco fizeram uma operação para cumprir um mandado de busca e apreensão expedido pelo juiz da 5ª Vara Criminal. Durante o cumprimento do mandado, foi encontrada uma banana de dinamite no local.

Na ocasião, foram apreendidos 15 aparelhos de informática como computadores e HDs, 19 armas de fogo e várias munições. Vinte e três malotes com objetos e documentos foram encaminhados à sede do Ministério Público.

Nesta data, o advogado de Felipetto à época, André Cunha, garantiu que "nada de relevante foi localizado" na sala do diretor na sede do Instituto. "Não há nenhum processo criminal de investigação que deixou de ser concluído", reafirmou. "Estamos preocupados em saber de onde vem essas gravações e queremos uma perícia nesse material", completou quando questionado sobre as gravações divulgadas pela RPC TV citando a Operação Quadro Negro, deflagrada em 2015 para investigar irregularidades nas construções de escolas estaduais no Paraná.

Sobre as gravações, Felipetto afirmou, em nota, no dia 9 de agosto, sobre não ter ciência da investigação do Ministério Público e que está à disposição dos promotores para esclarecer eventuais dúvidas. A reportagem procurou a assessoria da Polícia Científica à época que disse, em nota, que o material apreendido "não tem absolutamente nada a ver com a Operação Quadro Negro". "O que havia na sala era material de perícia anterior à deflagração da ação policial", completa.

Nesta terça-feira (29), a reportagem tentou entrar em contato com a defesa de Felipetto, André Cunha, que informou que não é mais seu representante há cerca de um mês. Ao tentar entrar em contato com o próprio diretor-geral, Daniel Felipetto, também não obteve sucesso.

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