Apesar de ser considerado um instrumento essencial para divulgação de informações sobre saúde para pais das crianças e de ser também uma ferramenta importante para o controle feito por profissionais de saúde, somente seis meses depois da interrupção do contrato, em junho deste ano, o processo de licitação para escolha de uma nova gráfica foi retomado. A expectativa do Ministério da Saúde é a de que a licitação seja concluída em dezembro e, a partir de então, a situação comece a se normalizar.
"A falta do material não impede que a criança seja vacinada", afirmou a coordenadora de Saúde da Criança do Ministério da Saúde, Theresa de Lamare. De acordo com ela, a orientação é a de que as cidades que apresentam falta do produto se encarreguem de imprimir por conta própria a carteira, a partir do modelo cedido pelo Ministério da Saúde. "Em alguns casos, pais podem usar também aplicativos, que alertam sobre a necessidade de se retornar ao posto para tomar uma dose de reforço ou para aplicação de uma nova vacina", disse.
Theresa reconheceu, no entanto, que a caderneta é uma ferramenta essencial. Enquanto o fornecimento não é retomado, completou a coordenadora, profissionais de saúde devem fazer o controle por meio de prontuários. De acordo com a coordenadora, os arquivos nos estabelecimentos de saúde contêm também informações sobre lotes e partidas de vacinas - essenciais, por exemplo, para fazer o controle em casos de problemas com as vacinas.
São impressas anualmente cerca de 3 milhões de cadernetas. O último contrato para compra foi no valor de R$ 6,6 milhões. Theresa não soube dizer quantos municípios já entraram em contato com o ministério para reclamar sobre a falta da caderneta. A Gráfica Brasil é do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, o Bené, pivô da operação Acrônimo. De acordo com investigações feitas pela Polícia Federal, o Ministério da Saúde na época havia desconsiderado indícios de irregularidades apontados pelo Tribunal de Contas da União e contratado a gráfica por R$ 38,6 milhões.
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