terça-feira, 24 de janeiro de 2017

SEM AVANÇOS Sem escrivão há dois meses, delegacia do Nucria acumula 700 inquéritos parados em Londrina

Trabalho é o que não falta para os investigadores do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria) de Londrina. A intensidade aumentou desde o final do ano passado, quando a única escrivã pediu licença médica. O afastamento deve se estender ao longo de 2017. Enquanto isso, os inquéritos policiais vão se acumulando nas dependências do Nucria. Há pelo menos 700 processos parados.

O Nucria, que virou realidade em Londrina no final de 2014, funciona em um imóvel cedido pelo governo estadual no Jardim Caravelle, zona leste de Londrina. Além dos inquéritos, há 250 denúncias aguardando análise e instauração de procedimento pela Polícia Civil. As notícias de fatos, assim como são classificados os crimes, chegam através do registro de boletim de ocorrência ou por ofícios do Ministério Público.

A delegacia especializada tem hoje o efetivo de cinco investigadores, dois estagiários e a delegada Lívia Pini, que veio de Andirá (36 km a oeste de Jacarezinho), no Norte Pioneiro. "Esse é apenas mais um exemplo da falta que o escrivão faz. Só no Paraná, temos uma defasagem de pelo menos 700 servidores nesta área. A maioria das investigações do Nucria depende de uma estrutura adequada", apontou o vice-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil (Sidepol), Ricardo Casanova.


Curitiba, por exemplo, é a cidade que tem mais policiais trabalhando nas comarcas do Nucria no Paraná. São cinco escrivães, sete estagiários, 16 investigadores, dois agentes profissionais e dois delegados. No Oeste do Estado, em Foz do Iguaçu, são cinco investigadores, dois escrivães, um assistente e um delegado.

Segundo o delegado, o Paraná enfrenta um fenômeno de "criar novas delegacias, mas sem as adequações necessárias, como um plantel de servidores suficiente para coordenar os trabalhos de forma eficiente. Sem material humano, a unidade policial começa a enfrentar diversos problemas. Isso desanima até quem faz parte do quadro da Polícia Civil, que não vêem uma solução para esta série de absurdos", comentou.
Rafael Machado - Redação Bonde

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