sexta-feira, 28 de julho de 2017

Mensagens de texto entre ex-presidente da Petrobras e publicitário citam local de reunião de propina

Mensagens de texto enviadas pelo ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e pelo publicitário André Gustavo Vieira da Silva citam o local onde teria ocorrido uma suposta reunião para tratar de pagamento de propina. O endereço é citado na delação do ex-presidente da Odebrecht Marcelo Odebrecht, e do ex-executivo da empreiteira, Fernando Reis.
Bendine, André Gustavo e o irmão dele, Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior foram presos na 42ª fase de Operação Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira (27). Os irmãos são sócios na mesma agência de publicidade.
De acordo com Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, Bendine pediu R$ 3 milhões em propina ao assumir a presidência da Petrobras. Os pagamentos seriam intermediados entre Reis e André Gustavo, tendo Bendine como beneficiário final. O encontro onde tudo foi definido aconteceu em Brasília.
As mensagens obtidas pelos investigadores foram trocadas em um aplicativo que normalmente as apaga após serem lidas. No entanto, na quebra de sigilo, foram encontradas cópias de algumas mensagens em um servidor de internet. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bendine e André Gustavo salvaram as telas com os trechos suspeitos e os arquivos foram mantidos no servidor.
Os investigadores afirmam que as conversas também fazem referências a pagamentos e licitações da Petrobras.
O MPF afirma que não sabe se há outros trechos salvos das conversas, pois ainda não feita nenhuma análise nos telefones celulares dos envolvidos.
Prisões
Os três suspeitos foram presos temporariamente. A prisão tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida para preventiva, que é quando o investigado não tem prazo para deixar a cadeia.
A força-tarefa da Lava Jato chegou a pedir a prisão preventiva, entretanto, o juiz Sérgio Moro não a autorizou. “A imposição da prisão temporária viabilizará o melhor exame dos pressupostos e fundamentos da preventiva após a colheita do material probatório na busca e apreensão e após a oitiva dos investigados”, argumentou o juiz.

Bendine fez exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), em Curitiba, na tarde de quinta. Os exame dos dois irmãos está marcado para a manhã de sexta (28). O procedimento é padrão após a prisão.
Braço direito de Dilma
Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff. Ele havia deixado o banco com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht, Bendine já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.
Segundo as investigações, Bendine usava o nome de Dilma em negociações, mas a polícia não encontrou nenhum indício de envolvimento da ex-presidente nesse esquema.
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