quinta-feira, 31 de agosto de 2017

LEVANTAMENTO Mais de 150 municípios do Paraná perderam habitantes, aponta IBGE

Gustavo Carneiro - Estimativa aponta que a população do Paraná chegou a 11,3 milhõesO Brasil tem, aproximadamente, 208 milhões de habitantes. É o que aponta a nova estimativa populacional divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No Paraná houve crescimento de 3% em relação ao levantamento realizado no ano passado e a população saltou de 11,2 milhões para 11,3 milhões.

Ao todo, 39% dos municípios do Paraná sofreram redução do número de habitantes em comparação a 2016. O índice corresponde a 155 municípios dos 399 do Estado. As cinco cidades que mais perderam habitantes entre 2016 e 2017 foram Altamira do Paraná (Oeste), Nova Cantu (Oeste), Nova Tebas (Centro), Marquinho (Centro-Sul) e Janiópolis (Centro).

As que mais cresceram foram Sarandi (Região Metropolitana de Maringá), Tunas do Paraná (Região de Curitiba), Pontal do Paraná (Litoral), Mauá da Serra (Centro-Norte) e Itaipulândia (Oeste). Curitiba segue como a oitava cidade mais populosa do Brasil com 1,9 milhão de habitantes. Londrina é a segunda mais populosa do Paraná, com 558.439 habitantes e Maringá ocupa a terceira colocação no Estado, com 406.693 moradores.

Conforme o IBGE, os cálculos realizados pelo instituto consideram as taxas de fecundidade, mortalidade e migração, além do crescimento populacional observado nos Censos Demográficos de 2000 e 2010. Os números preocupam a AMP (Associação dos Municípios do Paraná), já que a estimativa populacional é levada em conta na divisão do repasse referente ao FPM (Fundo de Participação dos Municípios).

"O rateio do FPM é proporcional a esses levantamentos. Já estamos em um colapso. Tem dinheiro federal que não chega, repasses com valores desatualizados e, em alguns casos, os municípios bancam a conta do Estado. Se essa tendência de queda da população continuar nos municípios menores, isso pode significar a falência deles. Eles dependem desse recurso", argumentou o presidente da AMP, Marcel Henrique Micheletto.

Em todo o País, uma a cada quatro cidades sofreu redução populacional, o que equivale a 1.378 dos 5.570 municípios. Grande parte dos afetados tem até 20 mil habitantes. A taxa de crescimento populacional no Brasil está em desaceleração, segundo o IBGE, e chegou a 0,77% neste ano. O sociólogo e professor do mestrado em Direitos Humanos e Políticas Públicas da PUC-PR, em Curitiba, Lindomar Boneti, destacou que o cenário econômico e a redução da taxa de natalidade estão entre as razões para essa diminuição em alguns municípios.

"O investimento econômico está se interiorizando em cidades de médio porte em razão da mão de obra mais cara e dos custos elevados das capitais. As famílias também estão realizando um planejamento familiar e estão tendo menos filhos. O processo de migração populacional se dá, principalmente, em decorrência da atividade econômica, onde há oferta de emprego, por exemplo. Isso tudo contribui para essa oscilação", analisou.

Cerca de 12,1 milhões de habitantes vivem na cidade de São Paulo, a mais populosa do País. Rio de Janeiro, Brasília e Salvador também fazem parte da lista das mais populosas. Em contrapartida, o município com menos habitantes fica em Minas Gerais. A cidade de Serra da Saudade tem apenas 812 moradores, segundo estimativa do instituto.

SARANDI
O município de Sarandi foi o que apresentou maior crescimento populacional no Paraná. Conforme as estimativas do IBGE, o número de habitantes saltou de 91.344 para 94.181. No entanto, os 2.837 moradores a mais foram contabilizados após a regularização da divisa entre Sarandi e Maringá. Com o crescimento das duas cidades, houve a necessidade de restabelecer o limite entre os municípios. De acordo com Jair Carneiro, chefe de gabinete da Prefeitura de Sarandi, a expectativa com a alteração é que a cidade passe a receber a partir do ano que vem, aproximadamente, R$ 300 mil a mais por mês do Fundo de Participação dos Municípios. "Essa população já era atendida em Sarandi. O que vai mudar agora, administrativamente, é que o repasse vai aumentar. Nosso grande problema era que nós já atendíamos essa população, mas não tínhamos direito ao recurso", explicou.
Viviani Costa
Reportagem Local

Nenhum comentário:

Postar um comentário