quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Novo delator da Quadro Negro diz que pagou propina a ex-diretor da Secretaria da Educação do Paraná que está preso

O empresário Iolmar Ravanelli, dono da Construtora M.I., afirmou à Justiça que pagou R$ 100 mil em propinas ao ex-diretor da Secretaria da Educação do Paraná, Maurício Fanini, preso na terceira fase da Operação Quadro Negro. As declarações constam no acordo de delação premiada, que ele firmou junto à Justiça de Curitiba.
A Construtora M.I. venceu a licitação para construir escolas estaduais em Guarapuava, na região central do estado. As obras começaram em 2014. No ano seguinte, o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) chegou a determinar a paralisação das obras, por suspeita de irregularidades.
Este é mais um acordo de delação no âmbito da Operação Quadro Negro. Na terceira fase das investigações, deflagrada no dia 16 de setembro, Fanini foi preso, após a Justiça aceitar uma denúncia contra ele por lavagem de dinheiro.
De acordo com Ravanelli, ainda em 2014, Fanini o procurou, pedindo a propina. "Na primeira medição que a gente fez, já estávamos com alguns dias [de atraso], que daí para considerar de atraso, de encaminhamento de medição, começaram alguns pedidos. Nós estávamos nos aproximando das eleições de 2014 e houve um pedido de que a empresa tinha que colaborar com uma quantia de R$ 100 mil", afirmou.
Ele também disse que à época não tinha o dinheiro para entregar. Questionado pelos investigadores, Ravanelli, ele afirmou que quem fez os pedidos foi Fanini. Ainda segundo ele, após o pagamento, foram emitidos laudos que consideravam as obras em pleno andamento, o que acarretou na liberação de recursos do governo para a Construtora M.I..
"Na verdade, eu não tinha o serviço executado. Seria entregar a medição, sem estar executado a totalidade dos serviços, para que eu recebesse um dinheiro e ajudasse ele no pedido dele", conta o empresário. De acordo com ele, essas medições eram falsas.
As investigações da Operação Quadro Negro apontaram que a equipe chefiada por Fanini na Secretaria da Educação era responsável por produzir relatórios fraudulentos sobre o andamento de obras para a construção de escolas. Inicialmente, a apuração foi realizada nos contratos envolvendo a Construtora Valor, cujo dono também fez acordo de delação premiada.

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