chuva dos últimos dois dias – apesar de ter sido constante – não trouxe maiores prejuízos para a população de Londrina, a não ser incômodo para os moradores de regiões com bueiros entupidos. Nos cinco primeiros dias de junho, choveu na região 61 milímetros, quase o total da média histórica do mês, 87 mm. Isso, porém, não significa que junho será atípico. A tendência é que, daqui para frente, as chuvas diminuam em quantidade e intensidade.
Segundo a meteorologista Ângela Beatriz Castro, do Simepar, somente ontem choveu 37,8 mm, quase metade do volume esperado para o mês. “As precipitações já estão enfraquecendo e até quinta devem cessar, por causa de uma massa de ar frio que está entrando no Estado. A queda acentuada de temperatura afasta risco de mais chuva”, explicou.
Mapeamento das galerias pluviais
O problema crônico dos bueiros entupidos e mal dimensionados da cidade pode começar a ser resolvido ainda este ano. O Município já apresentou ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) o termo de referência para contratação de estudos e elaboração de mapas da rede de galerias pluviais e bueiros da cidade, dentro do Plano Municipal de Drenagem. Segundo Denise Maria Ziober, diretora de Planejamento do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina (Ippul), técnicos do BID devem vir a Londrina na próxima semana para as últimas avaliações dos projetos pré-aprovados, entre eles o termo de referência. O Município tenta obter cerca de US$ 21 milhões do Fundo ProCidades para diversos projetos. De acordo com Denise, só falta a homologação final do BID para que se contrate o estudo. “Estamos já na última fase. Assim que tivermos aval, começa a discussão da parte financeira. A última cidade que recebeu o OK do banco levou três meses para receber o dinheiro”, disse. Segundo ela, estudo vai reunir todas as informações para que se possa realmente dimensionar o problema de drenagem da cidade. “Hoje, as informações que temos sobre a rede pluvial, por exemplo, são poucas, em papel, ou se perderam. Não há um inventário confiável, apesar de Londrina ser relativamente nova. Outra questão: por que transbordou o Igapó, no ano passado? Será que é por estar assoreado? Não sabemos. Estamos trabalhando às cegas”, diz. A diretora explica que esse estudo é necessário também para que Londrina seja incluída no Cadastro Nacional de Catástrofes, que desburocratiza o acesso ao dinheiro para a reconstrução, caso o Município sofra com problemas climáticos.Agricultura
Para a agricultura, a chuva que caiu esses dias foi até benéfica. Segundo a agrônoma Rosângela Zaparoli, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento, as precipitações vieram em boa hora. “Estamos em plena floração do milho e perfilamento do trigo, e a chuva ajudou a manter as boas condições”, disse. Segundo ela, até agora não houve nenhum problema significativo nas lavouras. “O problema será se vier alguma geada. Estamos torcendo para que tudo continue como está”, afirmou.
Já na cidade, o incômodo dos bueiros entupidos vai continuar por algum tempo. O único caminhão da Prefeitura, que faz a limpeza, está quebrado e o conserto depende de uma licitação ainda está em andamento. O secretário municipal de Obras, Bruno Morikawa, disse à RPCTV que o serviço não parou. “O desentupimento está sendo feito de forma manual e isso é mais demorado”, declarou. Na Avenida Inglaterra (zona sul), um pé de milho até brotou no bueiro, vencendo a aridez do concreto. Ontem à tarde, o JL tentou falar com o secretário, mas ele passou o dia em uma reunião e não retornou as ligações
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