No começo do ano passado, o adolescente Lucas Dias viveu uma experiência de
oração que mudou o rumo da sua vivência religiosa. Ele deixou de ser evangélico
para se tornar católico. Abraçou a nova religião e este ano fez a primeira
comunhão. “Gosto de todos os rituais do catolicismo, mas não consigo ficar sem
comungar. É o momento em que mais me sinto próximo de Jesus”, conta. Lucas, 18
anos, no entanto, fez o caminho inverso ao registrado pelo Censo 2010, que
aponta uma diminuição no número de católicos e aumento na quantidade de
evangélicos. Londrina acompanha o comportamento nacional. No Censo 2000, 68,16%
dos londrinenses se declararam católicos e 21,7%, evangélicos. Dez anos depois,
o percentual dos adeptos do catolicismo caiu para 62,7% e o de evangélicos subiu
para 30%.
O doutor em Ética e Filosofia Política Clodomiro Bannwart atribui esse comportamento, em parte à estrutura centralizadora da Igreja Católica, responsável pela demora na mudança do discurso do catolicismo diante de uma sociedade cujos valores e mentalidade mudam rapidamente. “Como a Igreja Católica tem estrutura centralizada, toda mudança é muito demorada, até mesmo em função do cuidado com pontos doutrinários”, explica.
Já as igrejas evangélicas possuem uma estrutura descentralizada que permite
uma adequação rápida do discurso religioso às mudanças que marcam a
pós-modernidade. À medida que há anseio da sociedade por realização e
prosperidade material, as igrejas evangélicas apresentam maior maleabilidade de
mudança no discurso para atender essa demanda.
“Temos um aumento de evangélicos, mas não de uma denominação exclusiva. Há uma quantidade grande de discursos fragmentados na vertente evangélica, sem um eixo unitário que engloba esse contingente de pessoas”, avalia. No atual modelo de sociedade, marcadamente pós-moderna, há falta de enraizamento discursivo, e as igrejas de modo geral acabam não tendo enraizamento doutrinário, como também fiéis de pouca aderência e comprometimento institucional, segundo o doutor em Ética e Filosofia Política.
Busca
O vice-presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Londrina, pastor Moysés Ramos afirma que as estratégias de evangelização têm trazido um resultado positivo no aumento de fiéis. Ele afirma que as igrejas evangélicas vão buscá-los na comunidade, evangelizando as pessoas em suas casas por meio de DVDs e de um número significativo de programas evangélicos de televisão. A crença em milagres capazes de trazer transformações concretas na vida do fiel, também é apontada pelo pastor como um fator importante no aumento do número de evangélicos.
O doutor em Ética e Filosofia Política Clodomiro Bannwart atribui esse comportamento, em parte à estrutura centralizadora da Igreja Católica, responsável pela demora na mudança do discurso do catolicismo diante de uma sociedade cujos valores e mentalidade mudam rapidamente. “Como a Igreja Católica tem estrutura centralizada, toda mudança é muito demorada, até mesmo em função do cuidado com pontos doutrinários”, explica.
No futuro, católicos poderão ser minoria
O padre Manoel Joaquim afirma que entre os 62% de pessoas que se declaram católicas, no Censo 2010, 75% a 80% não praticam a religião. Ou seja, dos pouco mais de 307 mil que dizem católicos, apenas 61.426 de fato praticam a religião e seguem seus preceitos. Os outros pouco mais de 245 mil são considerados católicos vulneráveis; aqueles que diante de um momento difícil acabam mudando de religião. O padre afirma que a Igreja Católica sofre um problema estrutural com poucos padres, o que compromete a evangelização uma vez que é centrada na figura do padre. “Hoje um padre reza entre quatro e cinco missas no final de semana. Se tivermos um aumento muito grande de católicos não temos como atendê-los.” Diante deste quadro, na avaliação de padre Manoel Joaquim, no futuro a tendência é os católicos serem minoria. “Mas se formos uma minoria efetivamente praticante isso será um ganho.“ Para o padre Romão Martins, a queda no número de católicos e aumento de evangélicos envolve questões profundas que deveriam ser analisadas pelas igrejas católicas e evangélicas. Ele destaca que muitos fiéis buscam a religião como um consumidor que vai atrás de um produto que satisfaça suas necessidades pessoais. “Elas vão atrás de um produto e não de princípios religiosos”, avalia. O pároco também vê como um paradoxo preocupante o fato de um país com grande número de católicos e evangélicos ter índices de violência e corrupção em níveis tão altos. “Tanto a Igreja Católica quanto a Evangélica não estamos conseguindo converter de fato o cidadão”, avalia. (colaborou Diego Prazeres)“Temos um aumento de evangélicos, mas não de uma denominação exclusiva. Há uma quantidade grande de discursos fragmentados na vertente evangélica, sem um eixo unitário que engloba esse contingente de pessoas”, avalia. No atual modelo de sociedade, marcadamente pós-moderna, há falta de enraizamento discursivo, e as igrejas de modo geral acabam não tendo enraizamento doutrinário, como também fiéis de pouca aderência e comprometimento institucional, segundo o doutor em Ética e Filosofia Política.
Busca
O vice-presidente do Conselho de Pastores Evangélicos de Londrina, pastor Moysés Ramos afirma que as estratégias de evangelização têm trazido um resultado positivo no aumento de fiéis. Ele afirma que as igrejas evangélicas vão buscá-los na comunidade, evangelizando as pessoas em suas casas por meio de DVDs e de um número significativo de programas evangélicos de televisão. A crença em milagres capazes de trazer transformações concretas na vida do fiel, também é apontada pelo pastor como um fator importante no aumento do número de evangélicos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário