terça-feira, 3 de julho de 2012

Inexperiência de candidatos a vice vira ‘trunfo’ político


A maioria dos candidatos a vice-prefeito de Londrina não tem experiência em cargos eletivos nem nunca se candidatou, fato que consideram um trunfo diante do desgaste da imagem do político profissional para os eleitores.
O médico Antonio Caetano de Paula, 60, presidente licenciado da Associação Médica de Londrina (AML), foi confirmado como vice de Luiz Eduardo Cheida (PMDB). Crítico permanente da gestão da saúde municipal, o médico afirma que esperava o momento de mudar de posição: “Era chegada a hora de deixar de ser pedra e se tornar vidraça”, avalia ele, confessando-se como um novato na política partidária. “É a minha primeira experiência político-partidária e nem sei como ser político. Não vou ser diferente do que sou porque agora postulo um cargo. Ser autêntico é melhor”, diz. “A intenção é agregar como um vice que pelo menos resolva os principais problemas da saúde na cidade”, sustenta. “E a abordagem preventiva é a que evita complicações.” Quanto à chapa “pura” do PMDB, o médico obstetra alega que sem mais partidos coligando “é mais fácil seguir o programa do partido”.
Também médico, Thiago Turini (PPS), 33, firmou-se como vice da petista Márcia Lopes. Especializado em atendimento como Médico de Família, trabalha no setor privado. “Nunca me candidatei, mas a família sempre atuou na política ao lado do meu pai”, diz ele, sobre o ex-vereador Tercílio Turini. “Sou o mais novo entre os candidatos, mas acompanho a política dentro de casa há pelo menos 20 anos. A família já tem histórico”, garante. Para ele, a saúde é o maior problema de Londrina atualmente, situação que espera superar, se eleito, a partir dos conhecimentos quando trabalhou na rede municipal e no Hospital Universitário, quando residente. “Senti na pele os problemas da área e temos que superar”.
Novato na política, Luiz Augusto Bellusci, 45, é vice de Alexandre Kireeff (PSD). Consultor privado de empresas na área de gestão de conhecimento e conteúdo, sugere que “Londrina precisa se reinventar”. Para ele, experiência política não é essencial, sobretudo neste momento: “O pessoal com a tal da experiência política é o que tem comandado a cidade sem mostrar capacidade de realização. Londrina precisa de gestão, pragmatismo, projeto e não de velhas experiências. Trabalho para o vice-prefeito, nesse campo, tem de sobra”, afirma. Atualmente, Bellusci estuda pós-graduação em análise e educação ambiental na Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Minha formação é variada e gosto de focar no desenvolvimento de projetos”, garante, também diplomado em Gestão Estratégica de Empresas pela FGV.
Engenheiro civil e doutor em arquitetura, Junker de Assis Grassioto (PSDB), 67, é o vice de Marcelo Belinati (PP) em uma coligação com 14 partidos. Dentro os seis vices, é o que mais acumula experiência no Poder Executivo – embora nunca tenha se candidatado a cargos públicos. “Fui secretário de Obras por seis anos na gestão Wilson Moreira”, rememora. Mais recentemente, em 2009, exerceu a mesma tarefa, acumulada com a presidência do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippul) durante o curto mandato interino de Padre Roque.
“Sempre defendi a candidatura própria do PSDB, mas a posição do governador Beto Richa foi pela aliança. O assunto está superado e espero fazer uma boa dupla com o Marcelo Belinati”, atesta, dizendo-se “muito menos político e mais técnico” do que o candidato a prefeito que agora defende. “Como técnico, quero contribuir para uma cidade com melhor gestão e planejamento. Londrina tem que deixar o imediatismo e desenvolver uma visão para o futuro.”
A reportagem não conseguiu contato com o engenheiro Clóvis Coelho (PTC), candidato a vice de Barbosa Neto (PDT). Ligado à Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), o empresário também nunca exerceu cargos públicos eletivos. O professor e pesquisador Carlos Okawati (PCB), anunciado como vice na chapa de Valmor Venturini (PSOL), também não foi localizado ontem pela reportagem do JL.

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