sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Operação “Pão e Circo” prende candidato a vereador em Castro

A Três dias da eleição municipal, a polícia de Castro prendeu um candidato a vereador. Jorginho Aiçar (PTdoB) foi detido em flagrante , durante a Operação Pão e Circo, deflagrada pelas Polícias Civil e Militar. O dono de um mercado também foi preso. Eles são acusados de compra de votos e formação de quadrilha. Com Jorginho, os policiais ainda encontraram uma pistola calibre 380 com a numeração raspada e uma touca-ninja. Um carro supostamente usado para distribuição de cestas básicas foi recolhido. 
Segundo o delegado Matheus Araújo Laiola, a investigação começou há duas semanas, tendo como base denúncias de tráfico de drogas. “Finalmente, identificamos os envolvidos e não constatamos tráfico, mas descobrimos que o bando foi formado para angariar votos”, disse, acrescentando que Jorginho é “braço direito” da candidata à prefeita Maria Helena Albuquerque (DEM).
De acordo com o delegado, a quadrilha costumava distribuir vales-combustível, cestas básicas, remédios e ainda pagava contas de energia elétrica, água e consultas médicas aos eleitores. “Isso já estava acontecendo há algum tempo, mas, de uns dias para cá, se intensificou”, relatou. Durante as investigações, os policiais conseguiram gravar imagens de eleitores saindo com cestas básicas do mercado, cujo proprietário foi preso nesta quarta-feira. À polícia, as pessoas confessaram que ganharam os produtos em troca de votos. “Os vales eram distribuídos no comitê eleitoral”, completou. Ainda nesta quarta-feira, a quadrilha também teria feito uma panfletagem apócrifa para atingir um dos candidatos, todavia, citaram o nome de um terceiro concorrente.
“Além dos dois detidos, há participação direta de outras duas pessoas na quadrilha. Elas já foram identificadas e indiciadas para responder a inquérito. Um policial também tem participação efetiva no banco”, explicou Matheus, sem revelar a instituição na qual atua o agente público. Ele justifica que ainda não pode revelar o nome deste envolvido, mas destaca que o inquérito, que já está com mais de cem páginas, será concluído em dez dias.
Jorginho e o dono do mercado foram autuados por formação de quadrilha e compra de votos. O primeiro ainda foi autuado por porte ilegal de arma de fogo e difamação. São crimes inafiançáveis e eles permanecem recolhidos à carceragem da Delegacia de Castro. Os dois se recusaram a conversar com a reportagem do DC.
Após essa operação, Matheus acredita que poderá haver reforço no policiamento no domingo, dia de votação. “Já conversamos com a juíza eleitoral e talvez tenha um apoio mais intensivo”.
O delegado deixa claro que as prisões não têm cunho político. “Se tivermos de prender pessoas de outras coligações, vamos prender. Não tenho nenhum vínculo com a cidade”, garantiu. (Redação Diário dos Campos)

Nenhum comentário:

Postar um comentário