segunda-feira, 2 de junho de 2014

Falta de helipontos em hospitais atrasa resgates aéreos em Londrina

Saulo Ohara / Equipe Folha - <i>Em julho de 2013, a rotatória do ginásio Moringão foi bloqueada em horário de pico para que o helicóptero pudesse pousar com um paciente</i>A construção de helipontos ainda é uma realidade distante nos hospitais de Londrina. A estrutura que poderia agilizar salvamentos aéreos segue por enquanto só nos planos das principais unidades médicas da cidade. Levantamento feito pelo portal Bonde mostra que apenas a Santa Casa consta com registro prévio para funcionamento na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A utilização, no entanto, não tem prazo definido.

A presença dos helipontos potencializaria os resgates. A falta de locais adequados para receber helicópteros faz que com as aeronaves tenham que pousar no Aeroporto José Richa ou até mesmo em locais descampados, sem a segurança adequada.
O capitão Márcio Valim de Souza, do Grupamento Aeropolicial e Resgate Aéreo (Graer), minimiza o problema."Geralmente uma ambulância avançada já está nos esperando no aeroporto e o transporte até o hospital é feito com urgência". No entanto, Valim acredita que a presença de helipontos nos hospitais beneficiaria a logística da urgência. "A ambulância que nos espera no aeroporto poderia estar disponível para atender outra ocorrência". 

O capitão comentou sobre o risco de pousar em pontos não apropriados. Para ele, a existência de locais homologados permitiria pousos com mais segurança. "Geralmente transportamos pacientes em estado grave na aeronave. É muito arriscado pousar em local aberto, não podemos colocar em risco a vida do paciente, a nossa e de quem está por perto". 

Valim explicou que os resgates no perímetro urbano nem sempre são viáveis. "Além do risco no pouso, o atendimento do Siate e Samu são rápidos". Ele relatou que os principais atendimentos são de casos em cidades da região. "Conseguimos encurtar muito transportes que levariam horas até a chegada num hospital de referência. Quanto mais rápido o transporte e a pessoa receber atendimento especializado, melhor sua recuperação". 

Projetos e prazos indefinidos 

Dois pedidos de construção de helipontos em Londrina estão registrados na Agência Nacional de Aviação Civil. Entre as solicitações está a da Santa Casa. A assessoria do hospital informou que a estrutura funcionará na nova ala médica que está sendo construída. O prédio deve ser entregue este ano, ainda sem data confirmada. O heliponto, no entanto, segue como incógnita. A Santa Casa precisa de dinheiro para concluir a estrutura. Por isso, deve demorar ainda mais para que o espaço para pousos de helicópteros seja liberado. 

A Anac não estipula prazo regulamentar para conceder as homologações para helipontos. O interessado em construir deve primeiro procurar a prefeitura para adquirir autorização por parte deles (a administração municipal ou governo avalia se o heliponto pode ser construído no local solicitado, se o tráfego de aeronaves no determinado local é permitido). Depois, o contato é feito com o órgão para atender as normas exigidas. 

O solicitante deve pedir a homologação da agência para funcionamento após construir o heliponto e seguir as instruções e ter a autorização da prefeitura ou governo. A Anac só autoriza o tráfego de helicópteros no heliponto após passar pela vistoria e certificação da obra. A não homologação ou a falta de qualquer um dos requisitos apontados caracterizam o heliponto como irregular. 

Outros dois hospitais ouvidos pela reportagem têm planos para a implantação da estrutura. O Hospital do Coração considera a construção do heliponto, mas a intenção ainda precisa ser aprovada. O Hospital Evangélico projeta um novo prédio onde hoje funciona o estacionamento para expandir o atendimento. O heliponto seria construído no topo do prédio, mas a obra ainda precisa de dinheiro para ser viabilizada. 

O Hospital Universitário não tem expectativa para construção de um espaço específico. O local é um dos poucos onde o Graer já pousou para fazer a transferência de pacientes. O próprio HU considera a área pequena, por isso admite que a opção de agilizar o resgate depende do critério do piloto da aeronave.

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