segunda-feira, 30 de junho de 2014

Na hora de assistir ao futebol a saúde também pede cuidados

Roberto Custódio/JL / O futebol provoca em Vinicius Buzanga emoções que vão da falta de sono e de apetite até o choro
Apita o árbitro, começa a partida e você passa 90 minutos ansioso, tenso e estressado. Esse é o relato de muitas pessoas depois de assistir a um jogo do time do coração ou, especialmente em época de Copa do Mundo. Mas você já parou para pensar por que isso acontece com o corpo e quais são os perigos dessas alterações ao organismo?
Situações que mexem com a emoção, como um jogo de futebol, liberam adrenalina. Como resposta do corpo, há aumento da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos. Em algumas pessoas, o efeito pode durar até seis horas depois da partida, o que explica o fato de muitos demorarem a dormir após verem o futebol à noite. É o que explica o cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba.
Segundo ele, entre jovens saudáveis a liberação de adrenalina durante uma partida de futebol não causa grande impacto. Porém, a atenção deve ser redobrada entre hipertensos, pessoas que já se submeteram a cirurgias cardíacas, angioplastias, sofreram AVC (derrame) ou infarto e idosos que tomem remédios para o coração. O cardiologista conta que em 2010, o pesquisador paulistano Nabil Ghorayeb apurou que o número de atendimentos por problemas cardíacos aumentou 35% na cidade de São Paulo durante a Copa.
O neurologista Paulo Bittencourt, também do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Curitiba, compara o jogo de futebol a uma situação de medo. “Apesar de parecer uma alegria, quando vemos uma pessoa excitada com um jogo de futebol é muito parecido com uma reação de pânico”, diz. E quando o corpo humano se vê numa situação dessas, é liberado o hormônio cortisol, assim como em situações de defesa ou de guerra.
O perigo da reação proporcionada pelo cortisol é notado principalmente em hipertensos, que precisam estar com a medicação de acordo, para evitar que a pressão vascular passe dos limites, o que poderia causar um acidente vascular cerebral. Foi o que aconteceu com o ex-jogador e técnico de futebol Ricardo Gomes, em 2011, durante uma partida de futebol do Vasco, time que comandava na época.
Para que a bola continue rolando no jogo da vida, o cardiologista Alexandre Alessi lembra que é importante ter consciência de todos são vulneráveis a situações como essa. “Assistir ao jogo é interessante, bacana, paixão de brasileiro, mas temos de tomar cuidado para não exceder demais ou nos angustiar de forma exagerada.”
Fora de hora
Jogos que ocorrem fora do horário habitual são outro problema para o organismo. Alteram o chamado padrão sono-vigília. O cardiologista Alexandre Alessi cita como exemplo a Copa de 2002, realizada no Japão e na Coreia do Sul. Os jogos lá ocorriam quando no Brasil era madrugada. Uma partida que provoca grande emoção, realizada nesse horário, em que o corpo deveria estar em repouso, pode levar à hiperexcitabilidade, com implicação direta sobre a atividade cerebral.
Para evitar complicações, o ideal

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