quarta-feira, 18 de março de 2015

Preso mais um empresário investigado pelo Gaeco

O empresário Paulo Roberto Midauar foi preso na tarde desta terça-feira (18) na capital paulista. Ele foi o quinto detido na operação Voldemort, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) na segunda-feira. A investigação que apura a suspeita de fraude na contratação de uma empresa de manutenção para veículos do governo do Estado já dura quatro meses.

Midauar é empresário do setor de combustíveis e proprietário de uma distribuidora que atua nas cidades de Londrina e Bandeirantes. O promotor do Gaeco, Claudio Esteves, não revelou qual teria sido a participação dele no suposto esquema. "Temos medidas que ainda estão pendentes, mas tenho que manter a mesma linha de não detalhar o comportamento dos envolvidos. Esta prisão está diretamente ligada a possibilidade de fraude", resumiu.

O nome da operação deflagrada faz referência ao vilão da obra Harry Potter. No livro, Valdemort, bruxo poderoso e temido, é mencionado apenas como "aquele cujo nome não deve ser pronunciado", uma alusão aos personagens investigados pelo Gaeco ligados ao governo do Estado. Durante a tarde, três representantes de duas oficinas prestaram depoimento. "Os indicativos iniciais foram de que essas pessoas teriam sido usadas para a obtenção de propostas [para a contratação emergencial] sem que elas próprias tivessem conhecimento do conteúdo do que estavam assinando. Aparentemente, elas não teriam envolvimento doloso com o caso", informou o promotor.

No início da noite, o empresário Luiz Abi e o advogado José Carlos Lucca deixaram a Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) e foram transferidos para a sala de estado maior no quartel do Corpo de Bombeiros do Jardim Tókio, zona oeste da cidade. Os empresários Ismar Ieger, representante da empresa Providence, e Roberto Tsuneda, da KLM Brasil, permaneceram na unidade 2 da PEL.

Em nota, a Secretaria de Estado da Administração informou que a empresa Providence, de Cambé, foi contratada em janeiro de 2015, em caráter emergencial por 180 dias. Desde então, a empresa teria executado serviços de manutenção em 215 veículos com faturamento de, aproximadamente, R$ 300 mil, valores não pagos pelo Estado. A secretaria afirma ainda que o contrato com a Providence e as demais oficinas será encerrado nos próximos dias com um novo modelo de gestão na manutenção da frota do governo.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério Público, além das prisões realizadas durante a operação, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 15 mandados de conduções coercitivas, para que testemunhas prestem depoimento ao Gaeco. O valor do contrato investigado pelo grupo é de R$ 1,5 milhão.

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