terça-feira, 31 de outubro de 2017

Graça Foster deve ser ouvida como testemunha em processo contra sucessor dela no comando da Petrobras

A ex-presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, conhecida como Graça Foster, deve ser ouvida nesta terça-feira (31), na condição de testemunha, pelo juiz federal Sérgio Moro. Ela falará em um processo movido pelo Ministério Público Federal contra o sucessor dela na estatal, Aldemir Bendine, que é acusado de receber propina da Odebrecht.
Foster foi arrolada como testemunha pela defesa de Fernando Reis, ex-executivo da Odebrecht. Ela nunca foi denunciada em nenhum processo envolvendo a Operação Lava Jato. Até hoje, dentre todos os presidentes da Petrobras, apenas Bendine virou réu a partir das investigações deflagradas em Curitiba.
A audiência em que Graça Foster será ouvida está marcada para as 14h. O depoimento ocorrerá por videoconferência. A ex-presidente da estatal estará no Rio de Janeiro, junto com outras duas testemunhas que também serão ouvidas.
Emilio Odebrecht fala na defesa do filho
O dono do Grupo Odebrehct, Emilio Odebrecht, também será ouvido nesta terça-feira. Ele foi arrolado como testemunha pela defesa do filho, Marcelo, que está preso desde junho de 2015. O depoimento dele e de outras quatro pessoas está marcado para começar às 9h30.
A denúncia
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, Bendine deixou o Banco do Brasil com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht, ele já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.
Quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, dizem os procuradores.
Mas Marcelo Odebrecht e Fernando Reis disseram em delação premiada que não pagaram o valor por acharem que Bendine não teria capacidade de influenciar no contrato.
Na véspera de assumir a presidência da Petrobras, em 6 de fevereiro de 2015, Aldemir Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo e a Fernando, segundo o MPF.
Investigadores dizem que o pedido foi feito para que a empreiteira não fosse prejudicada em seus interesses na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.
Segundo os delatores, a Odebrecht optou por pagar os R$ 3 milhões pelo Setor de Operações Estruturadas, como era chamada a área responsável pelas propinas na empresa.
Foram feitas três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada uma, em São Paulo, entre junho e julho de 2015, com atuação de Álvaro Novis.
Parte do valor da propina ainda foi passado a Bendine de forma dissimulada com o pagamento de uma viagem internacional feita por ele no final de 2015, afirma o MPF.
Em 2017, quando já sabiam que estavam sendo investigados, André, Antônio Carlos e Bendine tentaram dissimular o recebimento de propina como se tivessem origem em serviços de consultoria prestados à Odebrecht, segundo a denúncia.
Para isso, fizeram o recolhimento de tributos da falsa consultoria.
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